37 Anos da Comunidade Fraterna

Queridos Filhos!

Hoje foi um dia e uma noite especial para todos vocês que estão aqui alegres e felizes por estes anos e anos de bênçãos em suas vidas. É uma missão tão linda ser fraternidade, viver a oração e também vivenciar a grande fraternização: com o mundo, com a família, com todo o povo de Deus, com toda a Santa Igreja. Enfim, com todos os filhos e filhas, crianças, jovens, pais e mães que se alegram com este momento de profundo agradecimento.

Nesta mensagem de hoje, como Mãe desta comunidade, como Mensageira de Deus e Medianeira — a quem Deus confiou uma missão nobre aqui na Terra, neste Santuário — venho como condutora desta obra divina, desta obra de Deus.

Quero falar com vocês como uma Mãe, e desejo que vocês me escutem como filhos. Hoje, depois de todos esses anos, muitos de vocês sentem saudades. Saudades daquele dia em que Deus chamou vocês a viverem a fraternidade.

Eu sei que, entre vocês aqui, há muito poucos que presenciaram aquele dia. Que vivenciaram esse “sim” no momento do chamado inicial à obra de Deus, aqui neste Santuário. Mas eu sei também que aqui há muitos filhos e filhas que, por algum motivo, chegaram até aqui: uns vieram pelo chamado, outros pela necessidade, outros ainda porque não tinham horizonte na vida. E a Fraternidade os conduziu a ser uma família.

Como Mãe, eu vejo que, nesses anos que se passaram, algo mudou nos filhos. Mudou porque o mundo, a cada dia, se transforma. Vêm as mudanças. E nem sempre as mudanças trazem apenas melhorias. Muitas vezes, elas trazem sofrimentos, ego, orgulho, ciúmes, inveja.

Eu sei que as mudanças são e precisam existir na vida de todos vocês. Uma criança cresce. Um jovem amadurece. O pai, a mãe, o missionário e a missionária também vivem transformações. Tudo na vida de vocês passa por mudanças.

Hoje, se vocês olharem para esta Mãe que está aqui convosco, durante todos esses anos de luta e de batalha, posso lhes dizer que, nesta mudança, o que mais falta a vocês é a obediência.

Porque um filho, quando começa uma missão, é obediente. Ele tem vontade de aprender, de crescer. Ele deseja fluir diante da graça. Mas, quando pensa que sabe mais do que Deus, começa a se desviar da graça. E, tristemente, é aí que o demônio começa a zombar da família, da criança, do jovem, do pai, da mãe, de todo filho e filha de Deus que não procura, com humildade e simplicidade, permitir que o Espírito Santo seja sempre a luz — o canal da graça, da sabedoria, do entendimento, do discernimento, da fortaleza, da ciência, da verdadeira inteligência.

Nós temos aqui o Céu por nós. Em nenhum momento da sua vida você deve esquecer que o Céu está aqui. E mesmo que um dia venha a acontecer que eu deixe de estar aqui presente, de corpo e alma, o Céu nunca deixará de estar neste lugar: a Palavra, os ensinamentos, as pegadas que Jesus deixou e continua deixando para nós permanecerão sempre vivas. As coisas de Deus não morrem. As coisas de Deus sempre fluem, e fluem para o crescimento.

Quando Deus formou esta Família Fraterna, a primeira coisa que Ele pediu foi que tudo fosse entregue a Ele. Que se entregasse a família, que se entregasse a terra, aquele pedacinho de chão, que se entregasse, sobretudo, o seu “sim”, a sua obediência, a sua vontade de seguir os passos de Jesus Cristo.

Jesus, que tem um carinho tão especial por esta Fraternidade, não permite que falte nada. Tudo aqui é providência. Vê-se, neste lugar, o milagre da multiplicação: temos sempre o pão, temos sempre a fartura, temos sempre a graça de Deus, que é a própria Providência.

E tudo isso acontece porque a entrega foi feita a Deus, e o pedido foi feito a Deus. E por que Deus pediu que confiassem nEle? Porque Deus é o único que faz as coisas corretas, certas, verdadeiras.

Deus é a verdade! Se Deus tivesse pedido uma missão voltada para o homem, esta Fraternidade já não existiria mais aqui. Já não existiriam mais as crianças, os jovens, os pais, as mães, os filhos. Porque vocês estariam se desviando, mesmo com a entrega feita a Deus.

Quantos já se desviaram... Quantos não deram o “sim” de coração, de alma.

A coisa mais linda é você viver a sua missão com fé. Seja você pai, mãe, missionário, missionária, sacerdote... Seja você o instrumento de Deus que Ele o chamou a ser.

Se você não tiver amor, nada adianta. O grande “sim” é o “sim” de amor.

Foi esse “sim” de amor que deu esses filhos que hoje estão aqui na nossa presença. Eles estão aqui porque têm fé. Porque disseram “sim” com amor. Não disseram com palavras; disseram com o coração. Nunca questionaram a Deus. Nunca duvidaram da graça de Deus. Nunca gritaram: “Pai, Pai, quanta batalha!” Porque o “sim” deles foi fiel. O “sim” deles foi de coração.

Por que, hoje, o homem está tão caído na lama do pecado? Porque ele não sabe dizer um “sim” de coração. Ele não sabe entregar-se de coração. Ele não sabe viver a obediência. Ele não sabe viver o discernimento. E então, ele começa a ter medo. Medo!

Mas por que ter medo?

Numa missão, Jesus pede fé, e não medo. Quem tem medo não segue Jesus. Abandona a cruz no meio do caminho.

Quem tem fé segue sempre adiante. Quer sempre dar o seu testemunho. Veja o exemplo dos santos, que foram fortes e fiéis mesmo diante das piores e maiores batalhas de suas vidas. Foram silenciosos. Não permitiram jamais que o demônio zombasse deles. Escutavam, viviam, oravam, silenciavam. E se caíam, levantavam. E, na medida em que se levantavam, aprendiam sempre a ficar de pé.

Assim é a vida de uma fraternidade. Há muitos que já ficaram pelo caminho, mesmo estando aqui presentes, vivendo neste lugar. Porque já não seguem mais os passos que Jesus pediu que fossem seguidos. Já não vivem mais na fonte da graça.

Eu, como Mãe, tenho piedade desses filhos. E peço a Jesus: redenção, misericórdia e compaixão. Porque a coisa mais triste da vida é você viver na graça e não saber ser agraciado. É viver na bênção e não ser abençoado. É ter diante de si uma fonte — que não é qualquer fonte, mas a fonte da misericórdia — que desce direto do Coração de Jesus.

Esta Comunidade Fraterna é um desejo de Jesus Misericordioso. Uma fonte que lava, purifica e transforma. Mas eu digo a vocês, como Mãe: isso faz parte da batalha. Faz parte da missão. Nem todo aquele que diz “Senhor” abre o coração à vontade de Deus.

Por isso, eu peço a vocês, filhos que hoje estão aqui, nesta casa tão simples, tão serena, tão cheia de Deus, na presença de Deus, que marca, na vida de vocês, uma das obras mais lindas que Deus realizou: a Fraternidade. Gostaria que vocês parassem e refletissem: como o plano de Deus é lindo, mesmo em nossos tempos de hoje! Não foi apenas na vida dos santos que Deus realizou maravilhas. Deus está fazendo maravilhas na sua vida, hoje!

Você, jovem, que tem a oportunidade de viver aqui; Você, criança, que tem a oportunidade de viver aqui; Você, pai, mãe, missionário, missionária, que tem a graça de viver aqui: Deus está fazendo maravilhas na sua vida.

Deus está pedindo a você que se deixe maravilhar pelas maravilhas d’Ele. Porque nós sabemos que, hoje, uma das coisas mais difíceis de se viver na vida é a fraternidade. Cada um quer compreender à sua maneira.

Como Mãe, eu digo a vocês, filhos: aqui, quem sabe de todas as coisas é Deus. O único que conhece tudo, aqui, é Deus. Você não sabe se amanhã ainda estará aqui. Não sabe se vai anoitecer e depois despertar. Você não sabe se a sua missão vai permanecer. Só Deus sabe.

Então, se só Deus sabe, por que não entregar tudo a Ele, como Ele pediu a esta família — e eles entregaram? Entregaram sem dúvidas. Entregaram sem questionamentos. Entregaram sem “por quês” ou perguntas. Simplesmente entregaram.

Por que você também não se entrega?

Muitas vezes você diz: “Como é difícil viver a fraternidade!” Mas eu, como Mãe da Fraternidade, afirmo: a coisa mais linda do mundo é viver a Fraternidade. Se para você está difícil, é porque o seu “sim” ainda não foi verdadeiro. No dia em que o seu “sim” for de verdade, você terá alegria em cuidar e zelar desta casa — que é a casa de Deus.

A Fraternidade aqui é obra de Deus. Ela foi construída pelas mãos de Deus. Nós somos apenas operários, instrumentos, servos, missionários. Somos apenas aqueles que servem a Deus.

Então, se está pesado, se está difícil, reflita nesta noite: 'Meu sim ainda precisa ser de verdade. Porque, se o meu sim for verdadeiro, não verei peso na minha missão — verei amor. Amarei mais profundamente aquilo que Deus quer de mim. Não enxergarei perseguição, mas sim, verei graça e bênção.

Jesus, quando caminhou para dar a vida por vocês, não viu perseguição. Ele viu a bênção de salvar vocês. De dar a vida por vocês. De livrar vocês da pior mancha do mundo: o pecado.

Assim também deve ser o seu “sim”.

Hoje, eu vejo muitos filhos questionando o peso da batalha, o peso da missão. É como se estivessem vivendo aqui amargamente.

Eu quero, como Mãe — mas como Mãe amorosa — dizer: “Filho, isso não faz bem para a sua alma. Isso não faz bem para você.” Até lhe daria um conselho, como Mãe: se você não ama a sua missão, existe um mundo lá fora que talvez não seja tão grandioso como este pedacinho de terra aqui dentro, como esta bênção que existe aqui, mas talvez, lá fora, você respire mais... e ainda assim possa ganhar o Céu. Porque é muito difícil caminhar sobre as bênçãos e não ser agradecido. Pelo contrário, torna-se alguém que julga, persegue, critica.

Se Deus trouxe você para um lugar que Ele mesmo fez, seja, ao menos, um filho que respeite a obra de Deus.

Jesus disse: “Ninguém é obrigado a ter fé, mas todos devem respeitar a fé.”

Cada um de vocês tem sua fé. Cada um tem seu propósito de vida. E Deus conhece, melhor do que qualquer um, o verdadeiro propósito de cada um de vocês. Por isso, respeite a obra de Deus.

Porque a coisa mais triste é quando você está debaixo da bênção... e, um dia, Jesus olha para você e diz: “Você teve todo o tesouro em mãos e não valorizou.” Perdeu o tesouro. Perdeu toda a graça.

A Fraternidade, para mim, como Mãe, é um bálsamo divino que traz paz, que traz bênçãos.

Se hoje refletirmos — especialmente alguns filhos que estão aqui e que estavam aqui há 37 anos, pequenos, outros já crescidos, outros ainda crianças — perceberemos que este lugar é uma fonte de misericórdia para o mundo. Aqui não é um lugar de mérito humano, mas de Deus. É uma obra de Deus, destinada aos filhos que Ele tanto ama.

A obra de Deus é uma obra de bênçãos. Por isso, quando olho para estes filhos que aqui estão — filhos que são os pilares desta comunidade — vejo que Deus lhes deu a graça de sobreviver a tantas batalhas, tantas lutas... e então quero dizer: “A coisa mais linda é o ‘sim’ desses filhos que estão aqui conosco.”

A coisa mais linda, para mim, é o “sim” daquele que diz “sim” para Deus de verdade. Se o seu “sim” for verdadeiro, ele será para a honra e glória do Senhor. Suas palavras serão de bênçãos. Sua humildade será o seu espelho. Suas bem-aventuranças serão magníficas. Seus prodígios serão prodigiosos. Porque bem-aventurados são os filhos de fé. Esses verão a glória e a graça de Deus.

Eu tenho certeza de que esses filhos já veem a glória — que é a graça de Deus. Tantos milagres acontecem nesta terra! Tantas bênçãos são aqui derramadas!

Por isso, eu digo a vocês: Deus tem muito mais para dar do que vocês podem imaginar. Deus tem muito mais para oferecer a vocês do que vocês podem sonhar. Nem em sonho vocês conseguem compreender o tamanho das bênçãos que serão direcionadas a vocês.

Mas eu quero lhes dizer algo, filhos, algo que Jesus me pediu que dissesse: essas bênçãos e essas graças serão para os fiéis. Porque chegará o momento em que Deus mostrará quem vive pela fé e quem vive sem fé. Quem vive pela fé terá sua colheita cheia de prodígios, cheia de bênçãos — como já está sendo.

Por isso, deem o seu “sim” com amor. Façam, em suas vidas, aquilo que Deus quer. É isso que Deus espera: o seu “sim” de amor.

Por isso, com todo carinho e amor, eu quero, neste momento, dar a vocês a minha bênção.

Nesse momento, Nossa Senhora abençoa todos enquanto cantam: “Dai-nos a bênção...”

Queridos filhos!

Eu abençoei carinhosamente cada um de vocês.

Nesta mensagem de hoje, Jesus nos mostra o que é um verdadeiro “sim”. Não é fácil dizê-lo. É fácil pronunciar a palavra, mas viver esse “sim”, entregar-se a esse “sim”, confiar nesse “sim” e desapegar-se completamente das migalhas — orgulho, ganância, inveja, ciúme, mentira, preguiça — isso, sim, não é fácil.

Por isso, Jesus nos ensina que a maior riqueza da vida é esse “sim”. E eu vejo filhos aqui que estão verdadeiramente felizes por terem dito esse “sim”.

Ninguém poderia imaginar que, um dia, Deus olharia para esta pequena cidade, para esta fazenda simples, e aqui realizaria uma obra para o mundo. Uma obra do amor fraterno, para o mundo. Mas Deus precisou do “sim”. Se não tivesse existido esse “sim”, não existiria obra. E eu digo isso a todos vocês que hoje vivem aqui.

Este ano é o Ano da Purificação. Vocês tiveram este tempo para se purificar, para se curar, para se libertar. Então, queira dizer o seu “sim”. Porque vai chegar o dia em que esse “sim” precisará ser verdadeiro. Porque ninguém consegue permanecer na graça de Deus sem verdade.

Você não consegue ser um sacerdote santo sem a verdade. Você não consegue ser um pai santo sem a verdade. Você não consegue ser um jovem santo sem a verdade. Uma criança feliz não é plena sem a verdade.

Por isso, Jesus nos disse as palavras mais sábias do mundo: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.”

Então que vocês sigam esse caminho. A Fraternidade é esse caminho — é Jesus. Que vocês o sigam com fidelidade. E, se alguém se desviar desse caminho, não será por falta de conhecimento da Palavra. Porque eu estou com vocês há 37 anos nesta Fraternidade – vivenciando essa fraternidade. Vocês têm o conhecimento da Palavra. Vocês conseguem, hoje, discernir com clareza e graça o que é a vontade de Deus.

Por isso, eu desejo a vocês a paz. Que vocês sejam fortes para viver esse “sim” com amor e fidelidade a Jesus Cristo, ao Pai e ao Divino Espírito Santo.

As flores que vocês me ofertaram hoje, vamos oferecer a Jesus, ao Pai e ao Divino Espírito Santo. Vamos pedir à Santíssima Trindade que abençoe essas flores por esta Comunidade Fraterna, para que o “sim” de vocês seja um “sim” verdadeiro.

Como Jesus Cristo disse o seu “sim”: “Pai, que a Tua vontade seja feita, hoje e sempre.”
Que você também possa dizer: “Que a vontade de Deus, aqui nesta missão, seja feita em minha vida, hoje e sempre.” Amém.

Eis aqui a Serva de Deus, que também parabeniza os aniversariantes, desejando muita paz, alegria e amor. E também peço a Jesus que console o coração daqueles que sofreram perdas. Nada se perde; tudo retorna ao Pai. A grande transformação, o grande mistério da morte, é a vida para aquele que crê.

Eis aqui a Serva de Deus, Maria, a Imaculada Conceição, Mãe de Piedade. E eis que o Senhor me chama.