Sábado, 09 Janeiro 2010 12:58

A História do Caneco

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Deu quis provar se a família escolhida para receber a Rainha do Céu estava apta para a grandiosa graça, e enviou uma visita inesperada...

Estando o Sr. Antônio e o seu filho Geraldo a capinar a fazenda, avistaram uma mulher, sentada perto da fonte de água. Aproximaram-se dela até uma certa distância, e começaram a conversar...

Ela disse que vinha da Bahia e que estava fazendo uma caminhada a pé, para a Cidade de Aparecida, ao Norte de São Paulo. E que não seguiria viagem, sem conhecer Piedade dos Gerais. Relatou ser mãe de dois filhos, um grande e outro pequeno.

Ao ser repreendida por não conseguir chegar ao seu destino, devido à longa distância, ela deu a seguinte resposta: “Vou meu filho, porque confio em Deus, e com Deus a gente vai longe! Eu ando devagar, mas não me canso. Nossa Senhora Aparecida é muito milagrosa, e eu quero alcançar a graça de curar a minha vista. Meu filho, a coisa mais triste é a gente não enxergar a luz do dia.”

Segundo ela, seu Marido, o Mírio, estava limpando um lote na casa do Padre. Seu modo de falar era muito diferente, assim como as palavras: pareciam ter outro sentido.

Ela procurava por água corrente, para lavar suas vasilhas, disse ela: “A pobreza Deus ama, mas a sujeira Deus detesta.”

Ela encontrou a água como queria, mas segundo ela, mais importante do que lavar as suas vasilhas era aquele acontecimento, aquele encontro, e aquela acolhida da família.

A seguir, ela caminhou em direção à fonte, e tomou daquela água. Seu caminhar era sereno e delicado. Não se podia notar o mover de seus passos.

Ela pediu ao Sr. Antônio uma vasilha, para que pudesse levar e continuar tomando daquela água. Então o Sr. Antônio trouxe água, biscoitos e um caneco com café e leite.

Ela agradeceu: “Como você é caridoso e sabe partilhar o que tem!”

Enquanto tomava o café com leite, ela fez algumas revelações a respeito da descendência do Sr. Antônio e da sua família.

Ao se despedir, agradeceu a todos, pegando na mão de cada um, e disse: “Eu agradeço muito este tempo que vocês estiveram aqui comigo, foi de uma importância muito grande, fui muito bem recebida! Eu não vou me esquecer de vocês, e quero que vocês não se esqueçam de mim.”

Pensando o Sr. Antônio em se tratar de uma leprosa, resolveu inutilizar o caneco. E na cidade confirmou com várias pessoas a passagem da desconhecida. Todos confirmaram ser ela uma índia leprosa. Mas as suas vestes eram diferentes em cada lugar por onde havia passado. Porém, com a mesma serenidade, por eles nunca vista. Ela pegou na mão de algumas pessoas e disse a elas que estavam abençoadas.

Na casa paroquial, também foi confirmada a passagem da andarilha. Só que lá ela não tinha nenhuma bagagem, por isso ganhou um par de chinelas.

E o nome que foi dado pelas crianças à andarilha:  é “MÍRIA”, a mulher do Mírio!

Algum tempo depois, Deus enviou Nossa Senhora a essa mesma família: humilde, simples e acolhedora. Família capaz de acolher sem distinção a todos os que procuram, como a Míria, “água corrente.”

Em uma aparição, Sr. Antônio pediu à vidente, que perguntasse à Nossa Senhora pela pobre Míria. Nossa Senhora deu a seguinte resposta: “Aquela pobre que esteve aqui, esteve a mandado de Deus. Se ela não tivesse sido acolhida, aqui ela ia morrer. Mas como o pai destas crianças foi acolhedor, ela pôde sobreviver e seguir a caminhada até Crucilândia, onde morreu. Então o anjo Gabriel disse para Deus: “Na entrada de  Crucilândia tem uma pobre morta”. Deus disse: “Traga-a para o Céu.” Hoje ela está no Céu, e é a Santa Rosa Míria. Dê um recado a seu pai: Aquele caneco, onde aquela pobre tomou café com leite e ele não usa, diz a ele que pode usar porque não faz mal nenhum.”

Uma parábola acompanha suas explicações, porém não estão contidas neste pequeno resumo. Abra seu coração que o bom Deus lhe mostrará.

O caneco ainda hoje existe, embora um pouco amassado, gasto pelo tempo e pelas pessoas que pedem para tomar água no mesmo caneco que a pobre Míria tomou.

 

Última modificação em Sábado, 13 Janeiro 2018 16:30
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