Segunda, 15 Fevereiro 2010 14:14

Valteíce Maria Teixeira - A Cura do Coração

Primeira Parte  

A Cura do Coração  
“Foi um verdadeiro milagre”

Meu nome é Valteíce Maria Teixeira. Nasci em 14 de junho de 1943, e atualmente tenho 58 anos. Sou da Ordem das Filhas da Caridade de São Vicente de Paula desde 1965, e sou formada em Enfermagem e Administração de Empresas.

No ano de 1984 fui operada do coração, devido ao atrofiamento de uma artéria, colocando uma ponte de safena. Correu tudo bem, graças a Deus, e continuei normalmente a minha vida de religiosa.

Em abril de 1995, requeri da Santa Madre Igreja uma licença para afastamento da ordem por tempo indeterminado - processo feito junto à “Sagrada Congregação dos Religiosos” - pois desejava ardentemente acompanhar as aparições de Nossa Senhora em Piedade dos Gerais.

Após 1 ano de espera, recebi um ofício notificando minha licença. Isto permitia que eu pudesse dedicar minha vida à Comunidade Fraterna do Vale da Imaculada Conceição, fazendo parte do Grupo da Fraternidade. Assim, desde o dia 21 de junho de 1996 estou a acompanhar a catequese espiritual trazida pela Virgem Maria, a Imaculada Conceição.

Transcorridos 2 anos que eu já estava em Piedade, comecei a sentir falta de ar e dor precordial, que se prolongou por 6 meses e que se agravava cada vez mais, de tal forma que eu já nem podia caminhar, nem fazer esforço físico. Ficava ofegante e também com um pouco de cianose. E cada vez mais eu sentia que meu estado se agravava.

Eu havia combinado com Jesus que eu nunca mais iria operar do coração, pois sofri muito na primeira cirurgia. Por isso eu não queria voltar ao médico. Estava com trauma de cirurgia. Então eu disse a Jesus que eu preferia morrer com um segundo enfarte a ter que operar do coração novamente.

Na noite de 14 de outubro de 1998, acordei de madrugada com muita falta de ar e não podia respirar. Levantei-me às pressas, abri a janela, fui à cozinha e peguei um copo com água para tomar, mas a água não passou. Sentia uma pressão dentro do peito que eu não agüentava. Voltei para o quarto e me deitei novamente com uma dor mais forte, e senti que eu iria morrer, pois a dor só aumentava. Sentia também um formigamento no corpo todo, como se fosse uma dormência. A dor era muito forte.

Quando eu achei que ia morrer, chamei a Marina, que é enfermeira, e que estava dormindo comigo no quarto, e disse a ela: “Tem remédio na gaveta, mas eu estou morrendo!”

Ela pegou 4 comprimidos de Sustaste – que é um medicamento para cardíacos - e colocou debaixo da minha língua. E eu disse: “Pode rezar o terço, porque eu estou morrendo!”

Depois disso perdi a fala e minha língua se enrolou. Eu não conseguia mais falar e sentia cada vez mais que eu estava morrendo.

Eu fiquei bem quieta em minha cama. Na medida em que foi passando o tempo, o remédio foi me aliviando, juntamente com a oração do terço que Marina estava rezando.

Às 6:00 horas da manhã, quando ela estava terminando a oração do terço, eu já conseguia falar.

Depois de breves preparativos, levaram-me para o hospital da cidade de Barbacena. Chegando lá, o médico fez eletrocardiograma e os exames de sangue, comprovando assim a pouca oxigenação do meu sangue e a reincidência de problemas nas coronárias.

Passei 8 dias no hospital em repouso, tomando medicamentos para novamente fazer um cateterismo, e ver o que estava acontecendo com o meu coração. Depois deste período, passei mais 20 dias de repouso absoluto na casa da Marina, em Barbacena,  recuperando-me e aguardando para fazer o exame.

O exame seria no hospital Socor, em Belo Horizonte. Eu desejava muito ir a Piedade, porém, o médico me aconselhou a seguir viagem diretamente para o hospital. Mas eu insisti e disse: “Eu vou passar em Piedade para receber a bênção de Nossa Senhora, para eu morrer bem!”

Eu sentia que ia morrer, pois o meu estado era muito grave. Além disso, o exame de cateterismo é muito doloroso. No primeiro cateterismo que fiz, sofri muito, por ser um exame complicado, principalmente para aqueles que não se encontram em bom estado de saúde, podendo até morrer durante o exame. Por isso, eu queria receber a bênção da Mãe Celeste, pensando realmente que iria morrer.

Fomos então a Piedade dos Gerais, eu e a Marina. Chegamos no Vale da Imaculada Conceição à tardinha, e pretendíamos sair bem cedo no dia seguinte.

Fui quase totalmente privada de visitas, para evitar quaisquer esforços e emoções.

Logo pela manhã, recebi uma visita inesperada: a mensageira de Nossa Senhora entrou em meu quarto e disse que a Mãe do Céu vinha me visitar e deixar uma mensagem.

Éramos três pessoas na casa durante esta aparição: Marilda, a porta voz de Nossa Senhora; Marina, a minha amiga e enfermeira; e eu. A Marina pegou rapidamente o gravador e gravou a mensagem.

A partir daquele momento em que a Virgem Maria se manifestou, eu não senti mais nada. Mais nada! Depois disso, segui o meu caminho para Belo Horizonte, onde eu ia fazer o exame de cateterismo.

Após fazer o exame que, graças a Deus, transcorreu muito bem, foi constatado que a ponte de safena havia colabado – fechado - e, para surpresa de todos, a minha artéria anterior, que tinha sido operada, estava funcionando na sua capacidade total, cem por cento. O meu coração estava igual ao coração de uma criança.

Quando eu levei para o meu médico o resultado - médico com o qual faço tratamento há 16 anos – ele me disse: “Foi um verdadeiro milagre! Porque não existe na história da medicina que uma artéria que houvesse colabada e obstruída, voltasse ao seu funcionamento normal! Irmã, o que a senhora fez para que isso acontecesse?”

Eu respondi: “Eu não fiz nada, quem fez foi Nossa Senhora que pediu a Jesus a minha cura.”

Disse o médico: “Irmã, isso não acontece. A senhora pode ir até no Papa que ele vai dizer que não é verdade. Porque a artéria, uma vez colabada e obstruída, jamais voltará ao seu funcionamento normal.”

Para constatar tenho todos os exames feitos. Um foi realizado antes da cirurgia e outro posteriormente, ambos com fotos. E tenho também exames mostrando a complicação nas coronárias, e os exames de sangue que medem a capacidade de oxigenação do coração. Estes meus exames feitos antes de alcançar a cura milagrosa mostram a séria complicação em que se encontrava meu coração, porque a ponte colabou.

Quanto à mensagem tão especial e importante para a minha vida, eu nunca mais a ouvi. Algumas pessoas da Comunidade tiveram a oportunidade de ouvi-la depois, mas ninguém copiou a fita com a mensagem e sem saber como eu a perdi.


Vale da Imaculada Conceição, 25 de maio de 2002

 

 

Segunda Parte

A confirmação
“Toda quebrada, mas a alma toda viva”

Depois disso – da minha cura milagrosa – retornei às minhas funções normais: cuidava de duas meninas, auxiliava no ambulatório médico da comunidade e dava assistência à minha mãe que mora em Divinópolis. E ainda participava de todas as atividades diárias da comunidade.

Posteriormente, precisei ficar um pouco mais afastada da comunidade para cuidar de uma senhora muito amiga que não se encontrava em perfeito estado de saúde.  Nos finais de semana eu intercalava a assistência à minha mãe com as visitas à Comunidade.

No dia 26 de abril de 2001, estando eu e o meu irmão Vanir a caminho da cidade de Florianópolis - Santa Catarina – para uma visita familiar, quando estávamos próximo à divisa de Minas Gerais com São Paulo, na BR-381 (rodovia Fernão Dias), por volta das 3:00 horas da madrugada, naquela escuridão, um caminhão que trafegava com os faróis apagados se chocou violentamente de frente com o nosso carro. Neste momento, chamei por Jesus Misericordioso e Nossa Senhora.

Meu irmão, que estava no volante, começou a agonizar, e eu prossegui com minhas orações, pedindo a Jesus misericórdia, até que ele deu o último suspiro e morreu.

Sentindo-me sozinha e, lembrando-me de Nossa Senhora, eu dei um grito com todas as minhas forças: “Nossa Senhora! Vem cá! Me ajuda!”

Neste momento eu senti que Nossa Senhora entrou com os anjos e todo o Céu, porque eu senti uma paz, que era uma paz tão grande, que não senti a morte do meu irmão, não fiquei desorientada, não fiquei triste e nem fiquei abalada. Fiquei tranqüila e muito consciente de tudo o que tinha acontecido e estava acontecendo.

O socorro veio logo. Muitos homens se dirigiam aos restos do carro e diziam: “Morreram todos.” Eu, ajuntando um pouco de forças, murmurei, de forma que eles compreendessem que ali ainda tinha uma vida.

Demoraram muito para serrar as ferragens do carro e me tirar de lá. Fui levada ao hospital mais próximo e posteriormente transferida para a Santa Casa da Misericórdia de São Paulo.

Eu sofri muito, porque tive várias fraturas e uma lesão séria no cérebro. Perdi o líquido da meninge, tive uma fratura grande e exposta acima do olho - na altura do supercílio esquerdo - meu nariz quebrou, deslocando-se para um dos lados do rosto, muitos dentes entortaram e outros quebraram. Meu olho esquerdo estourou, tive uma lesão no pescoço, minha cabeça virou para trás, fraturei os dois braços, estalei o úmero, fraturei a mão direita, que virou para trás. Além disso, ocorreu uma lesão na dorsal, uma grande lesão na omoplata e minha perna esquerda saiu fora – igual a uma perna de boneca. Tive fratura no joelho, no tornozelo e na rótula de ligamento da perna esquerda. Na perna direita houve fratura do joelho em seis partes, no fêmur tive fratura exposta – ficando um pedaço no carro – e a patela do joelho ficou exposta. Tive um grande desvio na bacia, uma lesão na região sacra e inúmeros ferimentos por todo o corpo.

E com tudo isso, eu fiquei calma. Sofrendo, mas com muita tranqüilidade.

Rezei muito! Desde o momento do acidente, eu fiquei rezando, rezando, rezando...

Na sala de cirurgia eu só rezava. Fiquei 12 dias na UTI toda entubada. Não perdi a consciência. Só rezava, sofria e oferecia - pelas almas do purgatório, pela Santa Igreja, pelos missionários, pelos sacerdotes, pelas religiosas, pelas famílias, pela conversão dos pecadores. Eu rezava com fé, com amor e com muita paz, mesmo sendo a dor incalculável, inimaginável de ser superada sem o auxílio de Deus e de Nossa Senhora. Eu não dormia devido às muitas dores e ao mal estar.

Passaram-se 12 horas desde o acidente até o momento da primeira cirurgia. Depois ainda passei 13 horas no bloco cirúrgico - e esta é a prova da veracidade da cura do meu coração: estando toda quebrada, suportei a 13 horas de cirurgia, sem falar nas outras cirurgias que vieram uma após outra.

Tive que colocar um aparelho na boca, mantendo-a fechada por 60 dias e sem poder mastigar. Eu tinha muita sede. Passei sede demais! E também passei muita fome nestes 60 dias, e muita dor.

O médico não me deu esperança nenhuma de voltar a ter uma vida normal e de caminhar. E muito menos esperança de vida. Antes de me operar ele disse: “Ah, minha pobre velhinha! Quebrou-se toda!”

O que mais impressionou o médico foi que eu estava em estado de consciência normal durante todo o tempo, antes da cirurgia e também na UTI. Eu sabia tudo: telefone da minha casa, nomes de parentes, e sabia onde eu estava. Ele disse: “Toda quebrada, mas a alma toda viva.”

Aos poucos fui me recuperando, mas sempre com muitas dores pelo corpo - principalmente para fazer fisioterapia. Fiquei em pele e osso, diante do maior sofrimento que um ser humano poderia passar. Mas eu gozei de muita paz interior, muita paz!

Conversando posteriormente com um sacerdote, eu dizia que atribuía a Deus esta paz - Paz esta vinda dEle mesmo – e também a Nossa Senhora, por quem chamei na escuridão e na agonia daquela noite do acidente.

Atualmente estou quase normal, praticamente curada. Perdi uma vista, perdi um pequeno movimento da perna – ela não dobra – e às vezes ainda sinto um pouco de dor na perna. Ando com o auxílio de uma bengala. Mas essas são pequenas limitações.

Hoje faz exatamente um ano e 29 dias que ocorreu o acidente. E ao estar aqui hoje, em Piedade, dando este testemunho, agradeço infinitamente a Deus, a Nossa Senhora e aos meus irmãos fraternos pelas muitas orações que recebi.

Depois do acidente, é a segunda vez que venho ao Vale da Paz, para confirmar a minha fé, devoção e amor à Virgem Maria, e agradecer pela sua intercessão e ajuda para vencer tantas dificuldades, o que jamais seria possível ao ser humano sem o valioso auxílio da Imaculada Conceição, Maria, a Mãe de Jesus.


Vale da Imaculada Conceição, 25 de maio de 2002

 

 

 

Testemunho do Pe. José Mota, S.D.B.
Sobre  as mensagens de Nossa Senhora em Piedade dos Gerais - MG

“Eu vi Deus na pessoa de uma jovem”

Nos dias 08 e 09 de fevereiro de 1996, visitei o Vale da Imaculada Conceição, em Piedade dos Gerais, juntamente com alguns parentes.

Neste período participei de todos os momentos de fé que ali foram realizados - não só dos momentos de orações comunitárias, mas também das mensagens.

Logo no primeiro dia, por volta das 21:10 horas, ouvimos a primeira mensagem.

Reunimo-nos na capela pequena. Todos os habitantes do Vale ali estavam em companhia de alguns romeiros.

Num determinado momento, a vidente ajoelhou-se. Era sinal de que Nossa Senhora estava presente e ia transmitir a mensagem. A vidente, chamada Marilda, que já via Nossa Senhora a mais de oito anos, transmitiu a mensagem da Virgem a todos. Ela procedia como se Nossa Senhora falasse por sua boca.

A mensagem foi gravada em vídeo e fita cassete. Isso não intimidou nem condicionou a vidente. Ela falava com desenvoltura na sua linguagem simples, não excluiu erros de sintaxe e de concordância gramatical. Mas a mensagem corria normal e lógica, sem erros de teologia e de uma maneira a ser entendida por todos.

Era a mãe que falava a seus filhos, recomendando-lhes obediência aos mandamentos de Deus, aos ensinamentos do seu Filho e docilidade aos dons do Espírito Santo.

Após a mensagem houve outra reza do terço e, depois, todos se recolheram aos seus aposentos.

No dia seguinte ouvi o sino tocar às 6:00 horas. Levantei-me e fui participar da reza das orações matinais às 6:30 horas, onde todos rezavam de mãos dadas, na capela pequena.

Logo em seguida ao café da manhã, todos subiram até o lugar onde aconteceram as primeiras aparições, e ali cantaram louvores e rezaram um terço.

Era sexta-feira, dia do jejum. Até as crianças participavam dele.

Como deveríamos voltar a Ouro Preto, o Clésio, meu sobrinho, conseguiu, juntamente com a Marilda, antecipar a mensagem, que seria dada à noite, para as 15:00 horas.

A mensagem foi após a reza do terço da misericórdia. Pediram-me que ficasse ao lado da vidente. Não pus dificuldade. Senti foi uma inveja dela, vendo que Nossa Senhora ia aparecer para ela, e não para mim, que sou sacerdote do Altíssimo.

Nós, que estudamos filosofia e teologia, estamos acostumados a raciocínios com silogismos e sofismas, ao passo que Deus e a Santíssima Virgem têm predileção pelos simples e pelos humildes.

Há pessoas que se sentem inibidas pela presença de uma pessoa importante ou de um padre, porém, a vidente não ficou constrangida por estar ao meu lado. Ajoelhou-se. Foi o sinal da presença da virgem. Falou em nome dela, fazendo um belo elogio à oração, a qual nos torna fortes contra os ataques do demônio e o perigo do pecado. Falou da eficácia do jejum e para nos tornarmos fortes contra as tentações da carne. As palavras brotavam espontaneamente e num discurso concatenado, numa lógica impecável.

Para falar daquela maneira, eu, que tenho 40 anos de sacerdócio, tenho que ler uma porção de livros e revistas, e fazer um plano de pregação que me roubaria muitas horas de preparação.

Durante a mensagem todos ficam atentos, e o silêncio é rompido apenas pelo alarido das crianças, que continuam alheias aos acontecimentos.

Eu me enriqueci com as mensagens que escutei. O entusiasmo daquele povo é grande!

Diante de tudo isso, eu quero dar o meu testemunho de sacerdote que se considera miraculado de Lourdes, pois fui curado de um tumor maligno no colo ascendente do intestino grosso, e que já esteve em Aparecida, Lourdes, Lujan e S. Nicolas de los Arroyos, na Argentina, onde se presume que Nossa Senhora transmite suas mensagens a uma vidente daquela cidade.

Eu posso, em síntese, fazer uma afirmação categórica: "O que acontece em Piedade dos Gerais não é obra do demônio, mas do Espírito Santo." E mais, o que disse alguém de Ars: "Eu vi o Deus na pessoa de uma jovem."

Seria um erro teológico pensar que Nossa Senhora esteja em vários lugares no mesmo instante, uma vez que admitimos que ela fale ao mesmo tempo em Piedade, em Medjugorje e no Japão. Mas como Nossa Senhora está na luz de Deus, ela pode estar refletida em Deus, que está presente em toda parte ao mesmo tempo. A fé, como de São Francisco de Sales, consiste em ver Deus em todas as coisas e todas as coisas em Deus.

Eu dou assim o meu testemunho como sacerdote e gostaria que a autoridade Eclesiástica responsável pela área do Vale analisasse com carinho o que lá está acontecendo, e facilitasse a celebração da Santa Missa no local, bem como a administração dos sacramentos, sobretudo o da confissão e o da comunhão, para premiar o fervor daquela comunidade, que aceita com humildade as decisões das autoridades religiosas, e também para premiar os peregrinos que ali acorrem impelidos pela fé.

Eu concebi, certa vez, uma comunidade como o Vale, pensando em uma cidade ideal, à qual daria o nome de Mariápolis (cidade de Maria). Ora, eu encontrei ali a concretização do que idealizei, vendo que lá se reúnem pessoas que comungam dos mesmos ideais, e vivem como os primeiros cristãos, que tinham tudo em comum. Admirou-me ver todos se dirigirem ao refeitório comunitário, a trabalharem unidos pelo bem comum, formando um só coração e uma só alma.

Eu diria às autoridades eclesiásticas, a quem compete aprovar ou não essas mensagens, que já duram vários anos, o que disse Gamaliel, nos Atos dos Apóstolos: "Se a obra for dos homens, ela acabará por si mesma; mas se for de Deus, nenhuma força do mundo poderá acabar com ela."

Pe. José Mota, S.D.B.
Fevereiro de 1996

Segunda, 15 Fevereiro 2010 14:11

Testemunho de Arlindo Leonardo Chaves

Testemunho de Arlindo Leonardo Chaves


Fui chamado para terminar a construção da capela de Nossa Senhora da Piedade, no Vale da Imaculada Conceição.

Foi um trabalho diferente de todos os outros que eu havia realizado, pois sentia a presença de Deus do começo ao fim do trabalho.

Uma das primeiras coisas que me tocaram quando cheguei ao Vale da Imaculada, foi que recebi de Deus a força e a coragem para o trabalho, pois me encontrava doente e sem forças para a lida do dia a dia, e também o fato de saber que ali era um lugar escolhido por Deus, com uma Comunidade formada por Ele, a exemplo de Jesus, guiada pelo Espírito Santo, através da Virgem Maria.

Assim assumi a minha missão de pedreiro e, embora muitas vezes tivesse de trabalhar sozinho, fazendo massa e levando-a para cima, eu estava feliz por trabalhar na Casa de Deus.

Já estávamos no término da Capela quando Nossa Senhora foi abençoá-la. Ainda havia restos de material espalhados, andaimes erguidos e retoques a serem feitos.

No momento desta primeira mensagem, pensando no engradamento, encostei-me na parede e olhei de baixo para cima o andaime que muitas vezes subi e desci. Neste momento notei bem no alto, próximo ao andaime, uma pessoa ajoelhada, olhando para baixo. Ainda sem entender comecei a chorar e as lágrimas se tornaram incontroláveis.

Notando minha emoção, muitos me olhavam, e uma senhora perguntou-me se eu estava bem, ou se via alguma coisa. Com voz trêmula respondi-lhe: Eu estou vendo uma pessoa lá em cima do andaime! Jesus não pode ser, porque aparenta mais idade e é meio calvo, veste uma túnica comprida e marrom!

Tomada pelo Espírito Santo, a mesma senhora me disse confiante: É SÃO JOSÉ!!! Porque São José foi um operário e agora ele acompanhou Nossa Senhora, e veio abençoá-lo.

No silêncio, meu coração confirmava: É São José realmente! Ele veio com Nossa Senhora!

A mensagem chegou ao fim. E São José se foi, não o vi mais. Afirmo com toda sinceridade, com toda fé, com toda minha alma: Eu vi São José abençoar a Capela, na primeira mensagem que lá foi dada.

Nos dois últimos dias fiz pequenos acabamentos na Capela. Tocou o sino para a refeição. Pedi a um dos companheiros que tirasse minha marmita, que eu ficaria terminando o restinho do serviço. Fiquei sozinho na Capela. Lá em cima, bem no alto do andaime, fui surpreendido por uma voz que disse: "Desça daí!"

Olhei em todas as direções e não vi ninguém. Mas a voz suave repetiu: "Desça que está na hora!"

Um pouco assustado, obedeci. Quando cheguei no primeiro degrau do andaime, minha cabeça rodou, fiquei tonto e senti faltarem as minhas forças. Vagarosamente fui para a primeira casa que avistei, a do Sr. Zico, deitei-me e adormeci.

Ao meditar em tudo que me aconteceu, refleti que só podia ter sido Nossa Senhora que me disse para descer. Se eu ficasse tonto lá em cima do andaime, iria cair e certamente morrer. Eu estava humanamente sozinho e sem socorro. A voz tão doce e meiga levou-me a obedecer.

Refletindo, depois, cheguei à conclusão de que não estamos sozinhos.

A voz angelical era sobrenatural, e compreendi que era a Mãe do Céu a me proteger. Por isso, consagro minha vida e minha alma de todo coração a Nossa Senhora da Piedade. Ela salvou a minha vida.

No começo guardei tudo em meu coração, sem coragem de testemunhar o que vi e ouvi, com receio das críticas, calúnias e perseguições. Mas hoje, bem mais fortalecido e preparado, afirmo com toda sinceridade e honestidade: Vi São José, no momento da mensagem de Nossa Senhora na nova capela, que hoje é consagrada a Jesus, Maria e José. E ouvi a voz angelical da Mãe do Céu, cheia de cuidados, me protegendo das ciladas do inimigo.

No Vale de Nossa Senhora, Deus plantou a fé em meu coração. Aprendi a viver e dar testemunho de Deus para os irmãos. Vim a este Vale servir e servido por Deus eu fui, ouvindo suas Palavras de Salvação trazidas por Nossa Senhora. Ela nos fala a verdade e nos leva a ser o que Deus quer que sejamos, filhos fiéis ao seu amor.

Já construí outras igrejas, mas esta foi totalmente diferente das outras. Em cada tijolo, um pouco de amor. A cada dia a alegria e a paz aumentavam.

Neste Vale da Imaculada Conceição - em Piedade dos Gerais - fui libertado, acabaram-se os sofrimentos exagerados, os pecados que carregava. Acabou o ódio, a inveja, e nada me falta. Procuro levar uma vida simples e santa, feliz com Deus e com os irmãos.

Quando parti o meu maior cuidado foi conservar este tesouro em meu coração. Graças a Deus, depois disso nada me faltou.

Não é de se estranhar, mas ao término da Capela não tive mais vontade de voltar para Barbacena. Mas, graças a Deus, tenho uma bela família para cuidar e queria levar meu testemunho a todos, para que este acontecimento em Piedade dos Gerais pudesse mudar a vida de todos e os levasse a amarem mais a Deus, pois as mensagens de Nossa Senhora nos falam deste amor, do grande amor de Deus por seus filhos, e o amor se fazendo presente no meio de nós.

Como uma criança desmamada, fui embora chorando, com a lembrança de todos que lá vivem, da acolhida e do carinho recebido de cada um que se fez irmão, das mensagens trazidas pela Mãezinha do Céu. Mas fui com o coração sereno, cheio de paz e todo transformado.

Outro fato interessante aconteceu pouco tempo depois que voltei para minha cidade de Barbacena. Num belo dia, eu estava como de costume indo trabalhar. Adoentado, sem ânimo, sentindo a caminhada longa e um peso exagerado das ferramentas.

Apareceu uma pessoa em uma escada, no barranco em que eu ia atravessando e esta pessoa falou assim: “Moço, espere aí! “

Coloquei as ferramentas no chão e esperei. Voltando-se para mim, perguntou: “Onde você vai tão cansado, tão esgotado? E o que vai fazer? Volte, vá descansar!”

Respondi: Preciso trabalhar para ganhar um trocadinho. E o Senhor, perguntei curioso: O senhor trabalha?

Ele disse: “Trabalho! Muito! “

Como eu nunca tinha visto aquela pessoa antes (e nem tornei a vê-la) ousei fazer outra pergunta: O senhor mora por aqui?

“Não.” Respondeu ele sereno e sem se ofender, e prosseguiu:

“Eu moro lá em cima e trabalho lá em cima.” (apontando o dedo indicador para o infinito)

Confesso que fiquei meio admirado naquele momento e pensei: Como pode? Eu não o conheço e ele sabe tudo que se passa comigo? Como pode ser isso? Só pode ser um enviado de Deus.

E continuei meu trajeto, porém, minhas ferramentas ficaram leves e a caminhada menos penosa.

Costumeiramente, ao chegar no trabalho fiz minhas orações, e, começando a trabalhar, não senti mais nada. Tudo que eu estava sentido de cansaço desapareceu. Quem era? Quem foi? Reafirmo que depois que conheci o Vale da Imaculada Conceição nada me faltou.

Por ser vicentino, senti vontade de partilhar este acontecimento com meus irmãos de caminhada. E todos permaneceram em silêncio, mudos diante das maravilhas que Deus opera a cada dia.

Piedade dos Gerais tem um tesouro escondido, um Vale. Um Vale da Fé e da Espiritualidade, um Vale que vai crescendo. É de onde se leva ao mundo o tesouro que é a Palavra de Deus. Um tesouro que vai crescendo e crescendo, e nunca vai se acabar. Porque é dando que se recebe, e uma obra de Deus não tem fim! Lá no meio dos montes, longe do progresso, é o caminho para se chegar à salvação.

Sou muito vivido e viajado. Nunca vi em toda minha vida, ao longo dos meus 64 anos, um lugar santo, que bem mais que as grandezas do mundo se busca a simplicidade de Deus, formando com Maria, a Mãe de Jesus, o povo escolhido.

Nos seus pedidos se encontram os segredos da santidade, reafirmando os sacramentos deixados por Jesus. Mesmo havendo muitos que não acreditam nesta verdade, Deus fala com seu povo, por meio da sua serva Maria. Eu creio e afirmo que é a verdade bendita no meio de nós. E só não a enxergam os piores cegos: os cegos que não querem ver!

Faço um apelo a Deus, por meio de São José, que tire esta cegueira dos homens, principalmente dos sacerdotes, para que no Vale tenhamos o complemento das riquezas celestes: A Eucaristia.

Lá vivem muitas crianças que foram abandonadas pelo mundo, muitos jovens que buscam a Deus com sede de santidade e muitas famílias que lutam pela paz. Mas é preciso que a Igreja Católica Apostólica Romana abrace esses filhos. Jesus veio ao mundo para todos! Muitos peregrinos sentem necessidade de confissão, de absolvição e só por meio dos sacerdotes esta conversão poderá crescer e acontecer. As muitas conversões que a cada dia aumentam no Vale carecem de um acompanhamento da Igreja Católica para que perseverem.

Padres, por amor a Deus, tomem esta responsabilidade de viverem como Cristo viveu, acolhendo sem distinção a todos os filhos de Deus.

E vocês, que ainda não conhecem esta fonte de água viva, não deixem mais faltar a verdadeira paz em seus corações. Vão até o Vale da Imaculada Conceição se fartarem das Divinas Bênçãos. Tenho certeza de que lá é um coração sempre aberto, uma fonte cristalina que jorra sem cessar! É um vale de Paz.

Que o chefe da Sagrada Família nos abençoe!


Arlindo Leonardo Chaves
Vale Da Imaculada Conceição, 29 De Dezembro De 1997.

Vale da Imaculada Conceição, Piedade dos Gerais MG, dezembro de 1998

TESTEMUNHO DE LUIZ DE JESUS - SALVADOR - BA

“A VISÃO NOTURNA”

No sábado da Semana Santa de 1994, deixamos a cidade de Irecê em um ônibus da empresa “Águia Branca”. Era uma madrugada fria e chuvosa. Estava cansado da longa viagem que se prolongava, devido a termos nos perdido por várias vezes nas estradas mineiras. Foi a primeira vez que em vinte e cinco anos de profissão de motorista, eu quis desistir da viagem e voltar para casa.

A estrada estava muito ruim. Retornamos à cidade de Crucilândia por duas vezes. Esta era distante apenas 22Km do município de Piedade dos Gerais e não conseguíamos chegar ao nosso destino. Tudo me fazia lembrar do aconchego do meu lar, de minha esposa e de meus dois filhos.

Nas mesmas condições se encontrava o outro motorista que comigo se revezava de vez em quando. Entre os passageiros, alguns dormiam, mas, muitos rezavam quase durante todo o tempo da viagem, desde que havíamos saído de Irecê (BA). Especialmente rezavam naquele momento por mim, pois me encontrava impaciente e agitado.

Estávamos próximos da cidade de Moeda. Repito, chovia muito! Eu estava desorientado, sem saber que rumo tomar. O relógio marcava 03:20 horas da manhã. Quase sem acreditar no que via, parei o ônibus na estrada, ao lado de uma jovem que se trajava de branco, com seus longos cabelos castanhos soltos. Não usava nada na cabeça e estava descalça.

Perguntei a ela o caminho para Piedade e ela simplesmente me disse que estávamos no caminho certo.

E ela seguiu o caminho dela e nós seguimos o nosso. Percebi que alguns passageiros observavam pela janela a jovem que seguia sozinha pela estrada deserta.

Ao amanhecer, finalmente chegamos à cidade de Piedade dos Gerais e avistamos o Vale da Imaculada. Senti-me aliviado por cumprir meu dever, mas, confesso que desejaria não estar ali. O ônibus não podia descer. Havia muito barro e provavelmente, teria agarrado na estreita estrada que dava acesso à Comunidade.

Os passageiros foram descendo devagarinho. Sem entender o que estava acontecendo, fomos recebidos com cantos e muita alegria.

No Vale não há pensão, nem comércio algum.

Naqueles dias, havia no Vale somente uma capelinha e algumas poucas casas nas quais os passageiros foram sendo acolhidos.

Eu estava sentado em um coxo (local onde os animais se alimentam) quando um senhor de nome Francisco me convidou a entrar e conhecer a pequena capela. Dei algumas desculpas, mas, não foram convincentes. Ele insistiu, até que resolvi entrar juntamente com o outro motorista.

Eu não era católico praticante e raramente entrava em uma igreja para rezar. E há muitos anos não me confessava e não acreditava em aparições, milagres, ou revelações. Mas entramos na capelinha. Quando vimos um quadro na parede, meu colega exclamou: “Luiz! Olha o retrato da criatura que a gente viu de madrugada!”

Assustado, perguntei quem era a moça do retrato e me responderam: “É a Virgem Maria, a Imaculada Conceição, Mãe de Jesus. É um retrato falado de como Ela aparece aqui.” Sem acreditar no que estávamos ouvindo, caímos de joelhos pois a jovem da madrugada era idêntica à do quadro! Este fato foi confirmado pelos passageiros que também a viram.

Hoje estou aqui pela segunda vez. Vim agradecer ao Céu a graça de ter visto e falado com a Mãe de Deus. Tenho sua imagem gravada mais que na mente, no meu coração. Graças a Ela sou um homem que hoje tenho fé! E não tenho como não ter fé! Mudei de vida e sou muito feliz. Por onde passo, deixo o meu testemunho e louvo a Deus por tanto amor em enviar Maria Santíssima à Terra, especialmente em Piedade dos Gerais.

TESTEMUNHO DE PE. SEBASTIÃO MENDES GONÇALVES

SANTA VITÓRIA, 01 DE SETEMBRO DE 1995


VALE DA IMACULADA

O ÔNIBUS TRANSFORMADO
EM LUGAR DE ORAÇÃO,
ESTÁ TODO EQUIPADO
E VIBRA COM A CANÇÃO.

ASSIM, PELA VEZ PRIMEIRA,
EM TODA MINHA VIDA,
NUMA VIAGEM INTEIRA,
REZEI DENTRO DUMA ERMIDA.

NUMA ERMIDA DIFERENTE,
UMA CAPELA RODANTE,
REZA TODA AQUELA GENTE,
NA VOZ DO ALTO FALANTE.

POR ESTRADAS DA MONTANHA,
NA MAIS PURA ALEGRIA,
A CAPELA ENTÃO GANHA,
O ALVO DA ROMARIA

VAMOS EM BUSCA DUM VALE,
AQUELE DA PAZ,
ONDE MARIA FALE
NA MENSAGEM QUE ELA TRAZ.

SOBRE ESSE VALE SANTO,
DO MUNDO SANTO RECANTO,
A MÃE ESTENDEU SEU MANTO,
PRA ENXUGAR TODO PRANTO.

NO VALE DE PIEDADE,
GENTE DE TODA IDADE,
DE TODO CANTO E CIDADE,
VÊ DOS FATOS A VERDADE

REFLEXO DE ETERNIDADE,
REZA NA SIMPLICIDADE;
TESTEMUNHO DA BONDADE,
VIVE A FRATERNIDADE

REZA PELA HUMILDADE,
E REINA A CARIDADE,
OBEDIENTE A HUMILDADE,
É PROVA DE SANTIDADE.

A VOZ DUMA CAMPONESA,
EM MENSAGEM DE PUREZA,
A GENTE VÊ, COM CERTEZA,
DE MÃE DO CÉU A BELEZA.

NO VALE TUDO É SINAL,
BELO SINAL DE UM BEM,
SINAL PRA QUEM, NO FINAL,
VÊ MENSAGEM DO ALÉM.

SOMENTE EM ALMAS PURAS,
DE FÉ SOFRIDA E MADURA,
SE DESCOBRE A CANDURA
DA MENSAGEM DAS ALTURAS.

ALI, A MÃE DE DEUS FALA
DO MAL QUE O MUNDO AVASSALA
E A VIDENTE NÃO CALA
POIS MARIA FOI CHAMÁ-LA.

PARA TODOS FAZ ALERTA,
MOSTRANDO A VIA CERTA;
E NOS CORAÇÕES DESPERTA,
O TEMOR DA FALSA OFERTA.

OFERTA DO INIMIGO,
O MUNDO DA PERDIÇÃO,
É O CONSTANTE PERIGO,
PRA ALMA E CORAÇÃO.

VALE SANTO, ENTRE VALES,
NO TERNO OLHAR DE MARIA,
LIVRA-NOS DOS MUITOS MALES
QUE NOS CERCAM TODO DIA.

A PALAVRA DA MENSAGEM
E O SEMBLANTE DA IMAGEM
NOS DÃO FORÇA E CORAGEM,
NESTA DIVINA PASSAGEM.

MEU ROMEIRO, MEU PEREGRINO,
AQUI VIVE O DIVINO;
AQUI, TU TENS O ENSINO
DE UM DEUS SANTO E TRINO.

FALA A MÃE DE JESUS,
CUJA MENSAGEM É LUZ
QUE ILUMINA E CONDUZ
O FIEL EM SUA CRUZ.

NESSE VALE DE MARIA
QUE DEUS PAI ENTÃO PREVIA,
HÁ DIVINA PROFECIA
QUE FUTURO ANUNCIA.

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